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Lucro Real: vale a pena para sua empresa? Veja quando compensa

Lucro Real vale a pena para sua empresa Veja quando compensa

Escolher o regime tributário certo é uma das decisões mais importantes para a saúde financeira de qualquer empresa. Muitos empreendedores optam automaticamente pelo Simples Nacional ou Lucro Presumido, mas ignoram uma opção que, para certos perfis de negócio, pode gerar economia tributária e mais segurança fiscal: o Lucro Real.

Apesar de ser mais complexo, o Lucro Real pode ser altamente vantajoso para empresas com margens reduzidas ou despesas operacionais elevadas.

Neste artigo vamos  explicar o que é o Lucro Real, como ele funciona e quando sua empresa deve considerar essa opção para pagar menos impostos de forma legal.

O que é o Lucro Real?

O Lucro Real é um regime tributário em que:

  • O IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) são calculados com base no lucro efetivamente obtido pela empresa, e não em uma margem presumida ou faturamento bruto.

Ou seja:

  • Se a empresa teve lucro baixo, os impostos também serão baixos;
  • Se teve prejuízo, pode compensar prejuízos fiscais nos anos seguintes.

Além do IRPJ e CSLL, o Lucro Real também influencia a forma de apuração do PIS e COFINS, permitindo descontar créditos sobre determinadas despesas e insumos.

Como funciona a tributação no Lucro Real?

 

  • IRPJ: 15% sobre o lucro real, com adicional de 10% sobre a parcela que exceder R$ 20.000 por mês.
  • CSLL: 9% sobre o lucro real.
  • PIS e COFINS: não cumulativos, com alíquotas de 1,65% e 7,6% respectivamente, com direito a crédito de insumos.

A apuração do lucro pode ser:

  • Trimestral: fechamento do lucro real a cada três meses.
  • Anual com balanços mensais: apuração anual, mas com recolhimentos mensais via estimativa.

Quando o Lucro Real é obrigatório?

Algumas empresas são obrigadas a optar pelo Lucro Real, como:

  • Empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões no ano anterior;
  • Bancos, corretoras de valores, factoring;
  • Empresas que realizam atividades de financiamento ou arrendamento mercantil;
  • Empresas que tiveram benefícios fiscais que exijam esse regime.

Se sua empresa não está nesses casos, ainda assim pode optar voluntariamente pelo Lucro Real se for vantajoso.

Quando o Lucro Real compensa?

1. Empresas com margens de lucro baixas

Se sua empresa opera com margens apertadas (lucro líquido inferior a 32% do faturamento, por exemplo), o Lucro Real pode gerar economia tributária em comparação ao Lucro Presumido.

Exemplo prático:
Uma distribuidora de produtos com margens líquidas de 5% a 10% pagaria muito mais no Presumido, já que seria tributada sobre uma margem fixa de 8% (IRPJ) + 12% (CSLL) — mesmo se não tivesse lucro real.

2. Empresas com muitas despesas dedutíveis

No Lucro Real, é possível abater:

  • Custos operacionais;
  • Despesas com folha de pagamento;
  • Gastos com insumos, fretes, energia elétrica, entre outros.

Quanto maiores e mais bem documentadas forem as despesas dedutíveis, menor será a base tributável.

3. Empresas que podem aproveitar créditos de PIS e COFINS

No regime não cumulativo, empresas podem abater:

  • Créditos de compras de insumos;
  • Despesas com aluguel, energia, serviços essenciais à atividade;
  • Gastos com transporte e armazenagem.

Se sua empresa tem muitos insumos e despesas creditáveis, o Lucro Real pode gerar economia significativa.

4. Empresas com prejuízos fiscais a compensar

Se a empresa teve prejuízo em anos anteriores, pode:

  • Abater até 30% do lucro futuro para reduzir a carga tributária.

Essa possibilidade não existe no Simples Nacional ou Lucro Presumido.

5. Empresas que buscam segurança fiscal

O Lucro Real, por ser mais aderente à realidade econômica da empresa, tende a gerar:

  • Menor risco de autuação fiscal;
  • Maior transparência nas informações contábeis;
  • Mais segurança em fiscalizações e auditorias.

Desvantagens do Lucro Real (que também precisam ser consideradas)

  • Obrigação de escrituração contábil completa (com demonstrações financeiras rigorosas);
  • Custo contábil mais alto, pois exige maior detalhamento e controles internos;
  • Complexidade na apuração de impostos, exigindo equipe qualificada ou assessoria especializada;
  • Multas mais pesadas em caso de erro na entrega das obrigações acessórias (SPED Contábil, ECF, ECD).

Dica de contador:
O Lucro Real é vantajoso, mas só se sua empresa estiver preparada para cumprir todos os requisitos com organização e disciplina.

Como saber se o Lucro Real é a melhor escolha para sua empresa?

  • Faça uma simulação tributária comparando Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional;
  • Análise a margem líquida real da sua operação;
  • Avalie se há créditos significativos de PIS/COFINS a serem aproveitados;
  • Considere o volume e tipo de despesas dedutíveis;
  • Avalie o custo e a capacidade da empresa em manter uma contabilidade mais robusta.

Importante:
Essa análise deve ser feita anualmente, pois o cenário pode mudar com a evolução do negócio.

Exemplos práticos

Exemplo 1:
Uma empresa de tecnologia com margem líquida de 10% migrou do Lucro Presumido para o Lucro Real e reduziu sua carga tributária em cerca de 18%.

Exemplo 2:
Uma indústria que aproveitava muitos créditos de PIS/COFINS conseguiu reduzir em 22% o custo efetivo dos tributos ao optar pelo Lucro Real.

Conclusão

O Lucro Real pode, sim, ser um poderoso aliado para empresas que querem pagar menos impostos de forma legal, proteger o patrimônio e crescer com segurança.

Mas é uma escolha que exige planejamento, organização e acompanhamento contábil rigoroso.

Quer descobrir se o Lucro Real é a melhor opção para sua empresa?
Converse com um contador especializado em planejamento tributário e tome a decisão certa para maximizar seus resultados!

Lucro Real: vale a pena para sua empresa? Veja quando compensa